Quase no final de 2001 fiquei sabendo que Matt Damon iria fazer um filme sobre um assassino da C.I.A que perde a memória e tenta descobrir quem é. Pouco tempo depois, li em algum lugar que o filme teria cenas de lutas e seria dirigido por Doug Liman, aí pensei: ``o cara que dirigiu Swingers fazendo filme de ação e o Ripley lutando?``. E a vontade de ver cresceu.
Qual não foi minha surpresa quando vi, no cinema, que A Identidade Bourne era um filme de ação bem acima da média, com um ator de verdade, e que obviamente se esforçou no papel, e um diretor de drama que deu ao filme uma densidade e estilo que poucos filmes de ação possuem. O roteiro, que teve alguns problemas durante a produção, mostrava um assassino sem memória, que não sabe de onde veio, mas sabe quebrar qualquer um em 10 segundos e dirigir carros em alta velocidade (ah, aquela perseguição) procurando sua verdadeira identidade. A trama não é original, mas o modo como o filme foi feito é. E fez sucesso. Em 2004 chega a continuação A Supremacia Bourne. Dirigida por Paul Greengrass (que antes tinha feito um filme meio meloso com Kenneth Brannagh e o excelente e visceral Domingo Sangrento), o filme dá um passo acima na qualidade e torna a trama ainda mais complexa ( não vale contar nada, estraga tudo para quem não viu), com a adição de Joan Allen no elenco. Tudo que funcionou no primeiro filme é tratado de forma nervosa por Greengrass, e a perseguição no final é de ranger os dentes. Logo depois do sucesso desse segundo filme, anunciam a seqüência, com Greengrass na direção.
Ano passado o cara dirigiu um filme com desconhecidos sobre o avião que não atingiu o objetivo no 11 de Setembro. Esse foi ´´só `` um dos filmes mais tensos que já tinha visto, e Greengrass ganhou uma merecida indicação ao Oscar.
Direto ao ponto, quando vi O Ultimato Bourne me surpreendi. Paul Greengrass faz um filme ainda mais nervoso e tenso que A Supremacia e Vôo United 93. Assim como fez na segunda aventura de Bourne, aqui ele melhora tudo que funcionou nos outros, com cenas de ação mais elaboradas e bem filmadas (tem a melhor luta da série) e ainda mostra pra Martin Campbell como é que se faz filme de espionagem de verdade e sem frescuras. Aqui Bourne finalmente chega onde quer, é o filme onde ele está mais humano e mais perigoso, como mostram as melhores cenas de ação desde sei lá quando (umas duas já são clássicas), e que não atrapalham em nada o roteiro complexo, mas de fácil entendimento. É o filme que fecha com chave de ouro a saga do assassino sem memória. E ainda mostra que Julia Stiles não era só a moça bonitinha que espantava moscas no set. Ou seja, inacreditável...de tão bom.
Nicolas Trevizan |
Matt damon é um bunda mole